segunda-feira, 9 de julho de 2012

Cacau e Cici para adoção!

Dizer que sinto muito pela morte rápida e “inesperada” do irmãozinho do Cacau e filhote da Cici é muito pouco. Na verdade, dizer que sinto muito não muda em nada a dor e o sentimento que ainda sinto, de ter cometido um grande erro, pois ainda não me conformo de perdê-lo sem ao menos ter tentado salvá-lo.
Por alguns dias passava de ônibus por uma rua chamada Frederico Mentz no bairro onde infelizmente ainda moro.
Durante alguns dias alternados, avistei um filhote de aproximadamente 5 meses, sempre deitado sobre um saco de lixo preto do lado oposto da rua por onde eu passava. 
Em uma dessas vezes, vi que ele mancava de uma patinha, então, por total falta de força e condições psicológicas, pedi que a amiga Elaine Mattoso fosse até lá para tentar descobrir se ele tinha um “dono”, ou fazia parte de uma outra ninhada que andava nas mesmas imediações, e que já sabíamos a quem pertencia. 
Os dias foram passando, a Elaine foi até aquela rua, onde a miséria e o abandono de animais impera de forma descontrolada e enlouquecida. Ela os alimentou, deixou água e colocou caixinhas com paninhos encostadas em um muro para os três cães. Sim, a Elaine descobriu que o cachorrinho pretinho tinha uma família: uma mamãe e um irmãozinho.
Durante uns três dias a Elaine foi até lá, fez fotos, e em um determinado momento, soube através de uma moradora próxima, que essa pequena família, esteve abrigada dentro de uma empresa, na rua Frederico Mentz, e por esta razão eles nunca saíam da frente desse local. Em um "belo dia", para alguém com um coração muito pesado, pois com certeza esse “coração” é de pedra, e para a tristeza e desgraça desses indefesos animais, eles foram expulsos por esse alguém, enxotados para fora das dependências da dessa empresa. 
Para ficar certo de que eles não mais entrariam no local, essa pessoa teve a disposição de colocar telas nas grades que cercam o pátio da empresa para, dessa forma, manter os peludinhos bem longe daquele lugar. 
Tenho certeza de que em momento algum se questionou como esses pobrezinhos sobreviveriam na rua! Mas o que os levariam a ter essa preocupação, já que existem tantos outros iguais a eles vagando naquelas imediações e sofrendo diariamente as consequências de covardes abandonos!! 
Em um domingo à noite fui com a Elaine até lá. Era uma noite muito fria e havia chovido no dia anterior.






Ao chegarmos, me deparei com a mãezinha, agora chamada de Cici encolhidinha em frente ao portão da empresa, o Cacau vagando por perto e o pretinho estava todo encolhidinho em uma das caixinhas com os paninhos totalmente encharcados após toda aquela chuva. Eu o peguei no colo, troquei o papelão e coloquei outro paninho. Larguei-o no chão e no mesmo instante ele deitou-se novamente, enroscando-se na caixinha. Foi a última vez que eu o vi. 
Durante os quatro dias seguintes a Elaine continuou indo até lá, e no decorrer desses dias procurei a clínica veterinária que costumamos internar nossos animais, mas infelizmente não havia vaga para internação, pois era véspera de feriado. Então, concluí que teríamos que aguardar até a segunda-feira, quando seriam liberadas novas vagas para resgatarmos e internarmos aquela família. Contudo, no quarto dia, logo pela manhã, soube através da Elaine,que ela havia encontrado o pretinho morto, caidinho ao lado da sua caixinha. Naquele instante aquela notícia soou como uma bomba em meus ouvidos, e instantaneamente as lágrimas desceram pelo meu rosto e em meu coração restou apenas um imenso sentimento de impotência e culpa. 
E agora? O que restaria para os que ainda estavam vivos? Eu sabia a resposta, seria mais duas mortes certas e de maneira sórdida e cruel. E a causa da morte desse anjinho? Acredito que tenha sido uma pneumonia, acompanhada da dor do abandono, da falta de humanidade, de amor, de compaixão, e da falta de vergonha na cara de pessoas como as que trabalham nessa maldita empresa, que não tiveram o mínimo de sensibilidade para com animais que estavam morando dentro daquele pátio. É certo que estavam lá dentro em um cantinho qualquer. Em sua ingenuidade e total inocência, acreditavam estar seguros e protegidos de pessoas más e inescrupulosas, como a grande maioria daquelas que vivem naquele local. 
Vivem nesse lugar, pessoas absolutamente acostumadas a conviver com a miséria e a desgraça total nas quais sobrevivem centenas de animais. São cadelas prenhes, filhotes de todas as idades, cães velhos, doentes... 
Amigos, para passarmos por determinados locais, sem sentir uma infinita dor no coração e ter lágrimas nos olhos, somos induzidos, de maneira imediata pelo nosso subconsciente, a fechar os olhos. Dessa forma, sentimos amenizada esta tão grande dor, que é a que sentimos ao presenciarmos dia após dia, animais “mortos vivos”, se arrastando pelas calçadas e lixões a procura de migalhas, pois não encontram nada mais além disso. 
Hoje tornou-se insuportável continuarmos nessa tentativa árdua e sem fim de socorrermos tantos animais, não temos mais força, nem condições financeiras ou psicológicas para tanto! Triste realidade! Até quando??  
Nossos amigos, Darci e Mariza, recolheram o corpinho do pretinho e o enterraram com dignidade e respeito. Como todos, ele também merecia essa despedida. 
No mesmo dia, liguei para várias clínicas veterinárias na tentativa de abrigar o Cacau e a Cici, mas inutilmente, pois não consegui vaga para eles em nenhuma delas. 
Já era noite, quando entrei em contato com 156, e através da SEDA - Secretaria Especial dos Direitos Animais, fui autorizada a levar os dois peludinhos, Cacau e Cici, até lá. 
O Cacau estava com um pouco de sarna e o abdômen muito inchado, descobriu-se então que isso era consequência de um berne que estava instalado dentro do pobrezinho. E a Cici já estava iniciando um novo cio. Os dois estavam anêmicos e desnutridos. 
Os dois foram atendidos pela equipe veterinária da SEDA e tiveram que permanecer internados. Durante os dias em que eles ficaram na SEDA,receberam toda a assistência necessária até sua total recuperação.
Eles ficaram no quentinho, abrigados do frio e da chuva, livres da dor e da fome. 
Depois de alguns dias de internação, Cacau e Cici foram levados para uma casa de passagem. Agora, precisam de padrinhos! Se alguém quiser apadrinhá-los, custeando uma ou as duas casas de passagem, entre em contato conosco! O valor da casa de passagem de cada um deles é de R$ 70,00.
Nós já custeamos a casa de passagem de vários peludinhos, então, se conseguirmos ajuda para esses dois, ficaremos muito felizes e poderemos continuar ajudando outros animais.
Amigos, me desculpem um texto tão longo, mas precisava compartilhar com vocês mais esse caso e pedir que, por favor, nos ajudem a encontrar famílias dignas desses peludos. 
Eles são lindos, meigos, tem pelinho de arame, pequeno porte, já estão castrados, desverminados e chipados. Abaixo encaminho o textinho de divulgação dos dois para que eles sejam anunciados nos sites, blogs, facebooks e afins! Por favor, nos ajude a divulgá-los para adoção!
Eu devo isso a eles, e somente vou me sentir totalmente em paz, quando Cici e Cacau fizerem parte de um lar de verdade, onde exista o respeito pela vida e o amor seja a base de tudo.
Nosso agradecimento especial à Elaine, que acompanhou esse caso desde o início e, mesmo sem condições, ajudou essa família no que foi possível, e à equipe da SEDA, que vem realizando este lindo e inédito trabalho.


CACAU: O Cacau é um filhotão de mais ou menos 8 meses. Ele foi recolhido da rua juntamente com sua mãe Cici.
Como vocês percebem olhando a foto, seus olhos são lindos e tem cor de mel (a mesma cor da sua pelagem). Ele é um cãozinho faceiro e brincalhão. 
Ele tem lindos pelinhos de arame, porte pequeno e não crescerá mais. Poderá viver em casa ou apartamento. 
Cacau está castrado, desverminado e microchipado.
Contato para adoção: viladospeludos@yahoo.com.br/ (51) 98267736 (com Elisete)

ADOTADA!!

CICI - ADOTADA!!: Cici é uma cadelinha de mais ou menos 2 anos. Ela foi recolhida da rua juntamente com seu filhote Cacau.
Cici tem lindos pelinhos de arame pretinhos. É uma graça!
Ela é querida, carente e procura um lar. Tem porte pequeno e poderá viver em casa ou apartamento.
A Cici está castrada, desverminada e microchipada.
Contato para adoção: viladospeludos@yahoo.com.br/ (51) 98267736 (com Elisete)

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